A EDUCAÇÃO QUE TRANSFORMA GERAÇÕES
A sociedade contemporânea vivencia momentos de inquietações e transições de valores, experimentamos um era tecnológica, onde estamos reaprendendo a nos comunicarmos, a comercializar nossos produtos e a educar nossas crianças e jovens. Possuímos o poder de obter informações instantâneas e globalizadas. O professor até décadas atrás era o dono e gerador do conhecimento. A sociedade evoluiu e para esta nova geração, o professor não é mais o detentor de todo o saber, elas possuem as informações nas mãos. O que elas precisão então? Precisam de educadores, que assumam o seu novo papel na sociedade, profissionais éticos, formadores de pensamentos reflexivos e politizados, mediadores e incentivadores, uma ponte entre o saber e o aluno.
Portanto, o ponto de partida da educação de uma sociedade são as ideologias e as expectativas que as acompanham no momento presente, esta relação é intrinsecamente indissolúvel, gerando desta forma múltiplas teorias e práticas pedagógicas, estando todas inseridas em contextos sociais, políticos e culturais. Tendo a premissa que educar é um ato social, que desde os primórdios das civilizações, todas elas, das mais rudimentares ( as tribais), até as mais grandiosas ( como Grécia, Atenas e Esparta) educaram suas crianças e jovens com as melhores expectativas de retorno, aonde tais educandos viessem a contribuir com a manutenção e evolução desta mesma sociedade. Em termos de Brasil atual, a realidade educacional apresenta-se em crise, portanto, antes de levantarmos os questionamentos sobre as práticas pedagógicas, precisamos nos questionar: o que esperamos de retorno desses jovens nesta nova era? Que tipo de cidadãos brasileiros queremos formar? Será conveniente para os governantes que através das diferenças e oportunidades educacionais sejam mantidas as desigualdades sociais? Os questionamentos, as teorias e as práticas são muitas.
Todavia, a pedagogia como ciência, possui um objeto de estudo, que são as práticas educativas, que por excelência buscam a compreensão das causas e conseqüências de todos esses questionamentos . Com isso, é necessário que os pedagogos cientistas trabalhem com a aplicabilidade de teorias em situações estudadas e planejadas, visando incessantemente transmitir através de práticas pedagógicas o conhecimento reflexivo, que geram mudanças de comportamentos enraizados, muitas vezes por séculos. Trabalhando a exclusão, baseando-se na realidade, seja ela social, política ou cultural. Inserindo todos os membros desta sociedade em um caminho que levem todos a se questionarem, o por que desta ou daquela situação.
Haja vista, que o autoritarismo em sala de aula “caiu por terra”. Como diz José Manuel Moran:
“ O educador autêntico é humilde e confiante. Mostra o que sabe e, ao mesmo tempo está atento ao que não sabe, ao novo. Mostra para o aluno a complexidade do aprender, a nossa ignorância, as nossas dificuldades. Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o provisório. Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses”.
Faz-se urgente, práticas pedagógicas que valorizem nossa diversidade cultural, que trabalhem com crianças desde a tenra idade incentivando a educação multicultural, o cruzamento entre as culturas, a auto-estima das diversas identidades culturais. Visando uma sociedade futura que reflita situações de despreconceitos e de aceitação ao próximo. Caso contrário, em ambientes geradores de preconceitos, o que irá frutificar serão situações de violência e intolerância, perpetuando a relação “opressor” e “oprimido”.
Paulo Freire (1921-1997), educador e filósofo brasileiro, desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. O importante para ele era formar alunos conscientes da sua educação e politizados, capazes de reconhecerem na sociedade que estivessem inseridos as relações de poderes presentes. Influenciou o movimento chamado pedagogia crítica, que se utiliza do termo “ Pedagogia do Oprimido e do Opressor”, para resumir a situação que se alojou nas escolas.
“Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora ? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade da libertação? Libertação a que não chegarão pelo acaso, mas pela práxis de sua busca; pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela”.
A palavra pedagogo, surgiu na Grécia (paidogogós) para designar o nome do escravo que conduzia as crianças até as escolas. Subentendesse que era aquele que conduzia para o conhecimento. Concluindo, acreditamos que o pedagogo contemporâneo possui ainda a missão de conduzir seus discípulos ao conhecimento reflexivo e politizado, que inclua e jamais exclua. Novos pensamentos, novos paradigmas, capazes de começar uma revolução dentro de uma sala de aula, se transportando para a escola toda, para os lares, bairros, cidades, países. Será pela educação que o mundo se transformará.
Novas tecnologias e mediação pedagógica
https://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho024.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire